Sétima Arte Feminina 2023
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal.
Realização: Museu das Mulheres.
Coordenação e Curadoria: Sissa Aneleh.
Produção: Ana Brito e Marina Olivier.
Produção Recife: Gleyci Nascimento.
Designer Gráfica: Jainaíne Abrantes.
Editora de Vídeos e Motion: Estéfane Andrade.
Fotógrafa: Domar.
Vídeo divulgação: Navi’s Produtora Aero-auviovisual.
Intérpretes de Libras: Janah PE, Tácia Ramos e equipe.
Local: CAIXA Cultural Recife.
Endereço: Av. Alfredo Lisboa, 505. Bairro do Recife.
Modalidade: híbrida (presencial e virtual).
Sessões de filmes gratuitas: 14h às 15h45 | 19h às 20h45.
Programação paralela com inscrições no site www.caixacultural.gov.br
Breve Biografia Adélia Sampaio (1944-)
Cineasta brasileira, mineira radicada no Rio de Janeiro, conheceu o cinema aos 13 anos de idade quando conduzida ao cinema pela irmã, a partir desse dia teve certeza que trabalharia na área cinematográfica. Na década de 1960, participa do movimento do Cinema Novo por dentro da cena e do set, seguindo o desenvolvimento de carreira e atuando nas áreas de produção, continuidade, câmera, diretora de arte, roteiro e montagem. Adélia chegou a ultrapassar 70 produções com sua participação profissional em filmes brasileiros.
Exímia conhecedora do cinema, tornou-se diretora de seus próprios filmes, afirmando-se no cinema ficcional contemporâneo com passagens pelo cinema documental. Consta em sua filmografia a Direção e o Roteiro dos curta-metragens de ficção Denúncia Vazia (1979) e Adulto não brinca (1981); Tetéia (2020) seguido pelo curta documentário Scliar (1991) e outro curta ficcional O Mundo de Dentro (2012) e prepara mais um filme atualmente. Seu primeiro longa-metragem Amor Maldito foi lançado em 1984, sendo também o primeiro longa dirigido por uma mulher negra no Brasil.
Como Diretora de Produção de outros filmes, atuo no filme “A Cartomante” de Marcos Faria, “O Seminarista” de Geraldo Santos Pereira, “O Coronel e o Lobisomem” de Alcino Diniz, “O Monstro de Santa Teresa e o Grande Palhaço” de William Cobbett, “Ele, Ela, Quem?” de Lulu de Barros e “Parceiros de Aventura” de José Medeiros. Foi Diretora de Arte e Editora do filme “AI-5 - o dia que não existiu” (2004) de Paulo Markun.
Com tal vasto currículo no cinema brasileiro, o reconhecimento de sua trajetória veio por seus filmes autorais e pelas mãos do movimento negro feminino brasileiro.
Fotografia: Fernando Torquato
O projeto Mostra Sétima Arte Feminina é um projeto elaborado pela área de cinema do Museu das Mulheres que consiste em série de mostras individuais que homenageiam as mulheres pioneiras e protagonistas do cinema brasileiro. Iniciamos a mostra Sétima Arte Feminina: o cinema de Adélia Sampaio trazendo o pioneirismo feminino para homenagear a primeira cineasta negra brasileira com mais de 50 anos de carreira e que participou do movimento do Cinema Novo na década de 1960. A cineasta ainda destacou-se em atuações nas funções técnicas participando de outros filmes, assim acumulando vasta experiência profissional no cinema nas áreas de direção de produção, roteiro, continuidade, direção de arte, montagem e outras funções.
Adélia foi a primeira mulher negra brasileira a dirigir um longa-metragem e a fazer um roteiro vivendo em contexto histórico nacional no qual mulheres não eram reconhecidas em suas diversas áreas de atuação profissional. Para tanto, seguiu carreira avançando e produzindo filmes com temas tabus, como o amor lésbico abordado em seu longa-metragem de ficção Amor Maldito (1984), além de curtas com abordagens emblemáticas sobre justiça versus injustiça social, diferenças entre as classes sociais, mulheres protagonistas, livre sexualidade feminina, pessoas racializadas, cuidado com idosos, fim da vida, preconceitos sociais e observação aguda da vida cotidiana brasileira. Além de seu olhar de cineasta ampliado para outras linguagens artísticas: artes plásticas, literatura e teatro.
Nesta mostra de cinema apresentamos sua principal filmografia com diversidade de temas, narrativas e gêneros transitando entre o cinema documental e ficcional. Diante desse protagonismo feminino nossa cineasta homenageada não poupou esforços para reivindicar mais presença de negras e negros no cinema brasileiro enfrentando cenários políticos e sociais racistas durante toda sua carreira. Portanto, celebramos sua coragem como mulher negra e cineasta, adquirida pelo conselho de sua mãe que sempre lhe dizia: “Para cima do medo, coragem”.
Sissa Aneleh Batista de Assis
Diretora e Curadora do Museu das Mulheres